A Man Called Ove de Frederick Backman
⭐️⭐️⭐️⭐️
“Either they walk fast or they run slow, that’s what joggers do. It’s a forty-year-old man’s way of telling the world that he can’t do anything right.”
É este o tom do livro de Fredrik Beckman. Tinha vontade de o ler desde que saiu e agora, com a promoção do filme com Tom Hanks no papel de Ove, houve algo que me fez sentir: “É desta!”
É um livro fácil de ler em termos de linguagem e com um enredo simples, saltando de memória em memória entre o presente e o passado como contexto da personalidade da personagem principal, Ove. Não, não torna o livro viciante, porém dá à narrativa um ritmo especial. Aquele ritmo de quem contempla o mar numa tarde de Inverno, com as ondas a ir e a vir e a espuma a desfazer-se e a entrelaçar-se entre elas.
O enredo é previsível após o capítulo 4, mas a beleza do livro está em continuar a surpreender com
pequenos pormenores ao longo dos breves 35 capítulos seguintes. É um livro sobre segundas oportunidades, não só as que damos aos outros, mas também as que os outros nos dão a nós e ainda as mais importantes: as que damos a nós próprios. Uma história sobre não desistir. Não desistir de pessoas, de objetivos e de propósitos. De nos tentarmos colocar na pele do outro, principalmente quando o outro nos faz arrepiar a pele de tal forma que nos faz saltar a tampa.
É toda uma narrativa sobre como perspectivas de vida diferentes podem viver em comunhão e sobre como não devemos desistir quando sentimos um pingo de amor dentro de alguém, mesmo que esse pingo esteja enterrado em sofrimento, dor e padrões de comportamento que nos são estranhos.
Já não lia um livro há quase um ano, e acho que não podia ter escolhido um tão bom para recomeçar.
Há muita ternura em “A Man Called Ove”, muita resiliência e bastante expectativa.
Livro lido dentro da categoria A Veia da Minha Bílis.