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Olhar para este mundo sob os olhos de uma ansiosa
Comecemos pelo mais básico: Quando uma pessoa que sofre de qualquer tipo de distúrbio que provoque, ou cujo sintoma, seja ansiedade, há uma lista de “lugares comuns” que NUNCA se devem dizer, entre eles: não vale a pena estares assim porque isso não muda nada; tens de lutar contra isso: tens de te distrair; Por norma, a ansiedade ataca quando a pessoa se encontra num estado de depressão aguda. Não vale a pena estar aqui a enunciar os sintomas da depressão porque todos sabemos, mal ou bem os mais comuns (letargia, irritação, vulnerabilidade, desinteresse, perturbação do sono, alimentação e actividade e, claro, medos, preocupações e inseguranças infundadas, além de…
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Um obsessivo-compulsivo em tempo de pandemia
Num mundo em que as palavras de ordem são: LAVEM AS MÃOS O MAIOR NÚMERO DE VEZES POSSÍVEL e FIQUEM EM CASA, ISOLEM-SE, há quem não coloque em causa as consequências que isto pode ter para um Obsessivo-Compulsivo que, na maioria dos casos, recorre ao isolamento como fuga ao confronto, crucial à sua terapia, e, para os que sofrem com rituais a nível de contágio, que tiveram de aprender a evitar as lavagens compulsivas das mãos. Além de que, para estas pessoas, o risco de contágio possa ser, significatimente menor, existe um enorme risco de comprometer meses (ou anos!!) de terapia, não falando que o estado de emergência compromete também…
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A Angústia de um leitor que não lê
Quem gosta muito de ler, tem sempre o desejo de ter uma biblioteca maior do que a sua casa consegue guardar. Cada vez que encontro alguém que queira mudar de casa penso sempre para comigo: “A biblioteca daquela pessoa já não cabe na casa onde vive” – mentira, não penso em nada, não me interessam, nem quero saber da vida dos outros, mas achei que, por propósitos literários, esta frase ficava bem no contexto do que estou (a tentar) escrever. E o que é que eu estou a tentar escrever? Pois, vamos a isso. Estou aqui para tentar pensar, e partilhar, um pouco dos tsundokus comuns a todos os que…